"O clima é o mesmo que na Califórnia!": Cada vez mais americanos estão passando férias na Var Oriental

Em fonética, chamamos isso de "r" rótico. É uma das principais características do sotaque americano, distinguindo-o do inglês britânico — em resumo. E esse som, seja nas praias ou nas lojas da região de Var Oriental, parece ter sido ouvido cada vez mais nos últimos meses. Principalmente se levarmos em conta muitos profissionais do turismo.

"Definitivamente, temos mais americanos este ano do que nos anos anteriores", garante Matteo, na recepção do hotel Excelsior em Saint-Raphaël. "Um verdadeiro boom. A quantidade de passaportes azuis que fotocopiei, se você soubesse!" E bem ao lado, no terraço, nesta quarta-feira à tarde, são os canadenses que parecem estar lá em grande número, segundo os garçons.

"Principalmente desde junho, notamos clientes vindos de países distantes que não víamos ou víamos muito pouco antes: brasileiros, emiradenses, australianos... E também claramente mais americanos do que nos anos anteriores", diz Pascal Douzou, proprietário do hotel-restaurante Le Beau Séjour, em Saint-Raphaël. "Normalmente, os americanos se hospedam em Nice e arredores, mas agora nossa região os atrai mais do que antes..."

Mais do que uma mera impressão, também confirmado por Marlène Hoarau, uma das gerentes do Hôtel de Flore, no centro de Saint-Raphaël. "Sim, estamos vendo mais americanos do que antes; todos parecem amar nossa região; eles associam Saint-Raphaël à Côte d'Azur."

Entre dois polos de atração

"Nos anos anteriores à Covid, tínhamos cerca de 10% dos nossos clientes vindos de fora da Europa", calcula Pascal Douzou. "Este ano, especialmente a partir de junho, não tenho o número exato, mas está bem acima de 10%."

Por sua vez, Jean-Pierre Ghiribelli, presidente do Sindicato da Indústria Hoteleira de Var (Umih 83), faz a mesma observação: "É verdade que os colegas estão vendo mais americanos em Var este ano, especialmente no Var Oriental. É bom que eles estejam aqui, porque este ano de 2025, em termos de número de turistas, não está realmente atendendo às nossas expectativas no momento..."

Como explicar essa atração repentina pela região do Var Oriental? Jean-Pierre Ghiribelli tem sua própria ideia: "É uma clientela abastada, que sempre frequentou Saint-Tropez de um lado e Cannes-Nice-Mônaco do outro. No entanto, a região do Var Oriental está exatamente entre esses dois polos de atração. E, hoje em dia, as gerações mais jovens de americanos gostam de se afastar um pouco dos roteiros tradicionais e agora deixam esses dois polos com facilidade. Além disso, o clima bastante ruim desde o início do ano impactou o turismo aqui. Exceto para aqueles de fora da Europa, que, por virem de longe, não escolhem seu destino com base no clima do dia ou da semana, como fariam um francês ou um europeu."

Em Fréjus, cidade irmã de Fredericksburg, Virgínia, o estilo de vida americano na França também é bem conhecido. Claire Mouton e Maryse Rigoulot, chefes do lado americano do comitê de geminação, também atestam que "os americanos aqui se interessam muito por história — admiram os 2.000 anos de história de Fréjus! — e também ficaram impressionados com o recente 80º aniversário do desembarque do Dia D na Provença, no ano passado. Além disso, as gerações mais velhas queriam muito conhecer Mônaco por Grace Kelly, enquanto a geração mais jovem se sente mais atraída por lugares como Saint-Tropez e, portanto, passa pela região de Var Oriental."

"Acho que também há um efeito dos Jogos Olímpicos", acrescenta Pascal Douzou. "Lembrou ao mundo inteiro que a França é um país magnífico para se visitar! É bom, principalmente porque o turista americano é realmente tranquilo e aproveita o seu tempo: ele aprecia o que considera a arte de viver francesa. E ele tem os meios!"

" Eles são os que ficam com os quartos mais caros ", acrescenta Matteo, do Excelsior.